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Ilustração fornecida pela autora |
Por Caren Schultes Borges.
Amor por página dobrada é vintage, tem charme e encanto. A contraponto, a personalidade ávida pelo novo logo adapta-se e apaixona-se por ler, também, em vídeo-telas. Bem verdade, somos melhores quando evoluímos. Entre quem gosta de marca página de papel e um ecrã tátil o comum é o gosto pela leitura. Remover película de tela trincada difere de recapar um livro rasgado. É simplesmente questão de preferência. Não há formato melhor de página: papel ou tela. É a admiração pela leitura que deve prevalecer. Segundo o Darwinismo, adaptamo-nos facilmente. Irresistível é, para quem aprecia a cultura, e tem o hábito de ler, a possibilidade de aprender.
Letras escritas ou digitadas, o que preferir? Letras são letras. Textos são textos. A leitura, em versão impressa ou digital, parte dos olhos de quem lê. Imagino e brinco que sou bilíngue: analógica e digital. Já tive apego com cheiro e manuseio de livros, Dvds e Cds. Parei de resistir às novas tecnologias quando descobri que ouvir poesia gravada na voz do próprio autor estava disponível em plataforma digital ao toque de um só dedo. Os e-books são soluções: não substituem livros, somam novas formas de apropriação de conhecimentos. Consultar a Biblioteca Digital da Universidade de Coimbra, sem atravessar o oceano, não é poético? O acesso à distância é um conceito democrático que inclui possibilidades individuais e coletivas, da organização e gestão do tempo de buscas e de pesquisas e, ainda do compartilhamento de informações.
Escrever à punho ou digitar? O importante é espalhar palavras e compartilhar conhecimentos. O legado milenar da escrita avançou. Passamos de hieróglifos e papiros ao papel, e deste para as telas. Da pedra, o rupestre evoluiu, transformou-se em arte, não se perdeu. O acesso simultâneo de um número infinito de utilizadores de e-books é genial. Em grupos de oficina de escrita literária leem-se e estudam-se textos. Conectados por telas, revisam-se, palavra por palavra, textos poéticos e aprende-se em conjunto. O digital é democrático. Entre vantagens e desvantagens do binômio papel versus digital têm-se a escolha. O poder dessa escolha está na mão de cada leitor ou escritor.
Caren Schultes Borges
Psicóloga, Psicoterapeuta Familiar Sistêmica no Institut Avuí em Porto Alegre. Mestre em Desenvolvimento Regional - Ênfase em Subjetividade Juvenil e Mal-estar Contemporâneo, Especialista em Avaliação Psicológica. Aprendiz na Oficina de Escrita Psicanalítica e Literária da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul - SPRS. Apaixonada por livros e atualmente enamorada por palavras escritas.
Agradecemos a Caren pela colaboração. Seja sempre bem-vinda!
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